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Foto do escritorGuilherme Ribeiro

Review: Punch Club 2 Fast Forward

Atualizado: 3 de nov. de 2023



A continuação do clássico Punch Club faz jus ao seu antecessor, com mais comédia, mais ação e muito, muito mais trabalho.



O JOGO


Punch Club 2: Fast Foward é um jogo de gerenciamento e luta desenvolvido pela Lazy Bear Games e distribuído pela tinyBuild. 20 anos após os acontecimentos do primeiro jogo, num mundo cada vez mais cyberpunk, nosso novo protagonista descobre o que é viver nessa nova época após passar todo esse tempo morando na garagem da casa da mãe. Logo ele descobre que tudo é resolvido na base da porrada e se interessa em entrar no mundo da luta. Além disso, ele é guiado pela sua vontade de saber mais sobre seu pai, já que nunca o conheceu e todos na cidade o referenciam quase como uma lenda. Com tudo isso em mente, o protagonista deve equilibrar sua vida entre participar de campeonatos, trabalhar e ajudar aqueles que pedem sua ajuda. Com essa rotina frenética, treine e se cuide para poder seguir os passos do lendário lutador que está desaparecido há 20 anos, enquanto tenta se adequar à toda essa nova tecnologia.


Lutar é a solução de todos os problemas.
Lutar é a solução de todos os problemas.

MINHAS IMPRESSÕES


Fiquei muito animado quando soube que uma continuação de Punch Club estaria por vir. E confesso que, ao começar o novo jogo e ter uma breve recapitulação do anterior, eu não lembrava quase nada dele. Por sorte, ao decorrer do jogo, várias referências ao primeiro título são feitas e ajudam a refrescar a memória. Além disso, pra quem nunca tocou em Punch Club, essas lembranças que as personagens te dão contextualizam bem e não faz necessário que se jogue o primeiro jogo. Ainda sobre a história, ela é cheia de comédia e referências à clássicos dos anos 80, que são encaixados na hora certa, sem tirar o brilho da originalidade da história principal. O jogo está em Português-Brasil e traduz com maestria muitas expressões, gírias e piadas para fazer sentido para o público brasileiro.


A arte do jogo continua maravilhosa. As personagens são expressivas e, com isso, se tornam bem carismáticas e únicas. Voltando as referências, visualmente falando, temos muitas homenagens à jogos e filmes. É divertido entrar num cenário e ver que, bem ao fundo, está um personagem de algum outro jogo sendo referenciado. A trilha sonora é ótima e constrói bem o ambiente, seja nas lutas ou simplesmente em ambientes diversos.


Quanto a jogabilidade, comparado ao seu antecessor, temos diversas mudanças. Seus status não decaem por tempo, como no primeiro jogo. Você terá acesso a bastante variedade de árvores de habilidades e ver qual se adequa ao seu estilo de jogo. Ao vencer lutas de campeonato, você ganha pontos para poder adquirir novas habilidades. Porém, se você perder, você perderá pontos. Não sei se gostei muito dessa mecânica de punição, pois ela te freia em sua evolução, mas faz sentido.


Ninguém sobrevive de luz e, assim como na vida, você terá que trabalhar para comer e ter energia para as suas atividades. E aí que o jogo me perde um pouco. Por mais que o jogo seja focado em gerenciamento, tem momentos que parece que você só está trabalhando para comer e comendo pra trabalhar. Você vai ter que encontrar o ritmo certo e praticamente ter uma rotina dentro do jogo, o que pra mim deixa o jogo muito repetitivo, dentro de um trilho que não se pode quebrar. As lutas quase ficam em segundo plano, muitas vezes tive que simplesmente abandonar as lutas pra poder trabalhar e ter algum dinheiro pra sustentar meu personagem para que, aí sim, voltasse para as lutas. Quando consegui achar um equilíbrio, o jogo engrenou e a história começou a andar. Talvez eu só seja ruim em gerenciar, mas não tira o fato de que às vezes você até esquece que é um jogo sobre lutas.


O sistema de luta mudou, sendo muito mais tático e abrangente, te dando um leque de possibilidades para mudar de estilo no meio de uma luta dependendo de seu adversário. Particularmente, eu não gostei tanto. Não é que seja ruim, só não me agradou. Energia é essencial e seus status estarem em um nível alto não importam tanto, você deve criar sua estratégia baseado no seu adversário. Em muitas lutas, era frustrante perder porque não era claro o motivo de ter perdido. Ainda assim, não é algo que estrague o jogo.


Me diverti bastante jogando Punch Club 2: Fast Foward. Talvez ele demore a engrenar, mas, quando engrena, você não consegue parar. Essa é uma característica dos jogos da Lazy Bear Games: você vai sofrer no começo, mas será recompensado. Aos que gostaram do primeiro título, pode apostar que vão gostar de sua continuação.


Terraplanistas não nos dão paz nem nos jogos.
Terraplanistas não nos dão paz nem nos jogos.

CONQUISTAS


Teoricamente, você consegue todas as conquistas do jogo em uma única run. Digo isso porque não existem conquistas ramificadas quanto as escolhas feitas no jogo. Todas elas culminam no mesmo ponto da história. Porém, existem conquistas que você pode acabar perdendo se não explorar o jogo totalmente. Temos conquistas ligadas aos status, que você deve subir o nível de pelo menos um deles até o 30, por exemplo. Conquistas relacionadas às lutas, no caso, vencer 50 lutas, também podem ser perdidas. Esses dois casos que citei são bem difíceis de você perder, mas como não são parte da história, você pode eventualmente não cumprí-las. Em resumo, experimente tudo que o jogo tem a te oferecer. Abra sua aba de missões e cumpra tudo que pode antes de passar para o próximo capítulo, que geralmente começa ao vencer o campeonato atual. Assim, logo você conseguirá o 100% sem problemas.


Todo mestre precisa de discípulos.
Todo mestre precisa de discípulos.

CONCLUSÃO


Existe uma clara evolução do primeiro jogo para o segundo, sem desrespeitar tudo que foi apresentado inicialmente. Punch Club 2: Fast Foward mantém a estética e bom humor que deu certo e atualiza seu modo de jogo, para que não seja apenas uma continuação mais do mesmo. Por mais que algumas coisas não tenham me agradado tanto na sequência, não estragaram minha experiência. Foi questão me adaptar nesse novo estilo para progredir na história.


Eu gostaria que o ritmo não fosse tão frenético a ponto de não ter tempo pra respirar e fazer outras coisas no jogo. Muitas vezes você se vê num loop de "trabalhar, comer, lutar" e acaba não tendo tempo pra fazer outras coisas sem quebrar essa rotina.


Como disse anteriormente, no início vai parecer que o jogo é lento e vai demorar pra avançar, mas assim que você pega o jeito, as coisas engrenam. Recomendo bastante Punch Club 2: Fast Foward, pois é um jogo feito com muito carinho e que é bem divertido. Fiquei feliz que a saga Punch Club ganhou mais um capítulo e espero que uma trilogia esteja nos planos.


NOTA: 8.0/10

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