Sabe quando você monta um móvel na sua casa e fica super orgulhoso com o resultado? Em House Builder, você vai ter esse mesmo gostinho.
O JOGO
House Builder é jogo de simulação da FreeMind, distribuído pela PlayWay. A proposta do jogo é simples: construir diferentes casas ao redor do mundo. De iglus no meio da neve até casas modernas em cimento queimado, House Builder vai te apresentar os diversos estilos de engenharia e arquitetura.
Sejam as casas encaixáveis no Japão ou simplesmente uma casa na árvore no meio da floresta, quem vai construir tudo é você! Para cada novo mapa apresentado, diferentes mecânicas são apresentadas, pois cada tipo de construção requer uma técnica específica. Você vai cavar a fundação, misturar cimento, cortar madeira, catar pedras do chão, pintar paredes... enfim, você será o exército de um homem só na tarefa de construir casas.
MINHAS IMPRESSÕES
House Builder tem uma ideia interessante: ensinar sobre engenharia e arquitetura enquanto você faz o passo a passo da obra. O jogo em si é um ótimo passatempo. Porém, em certos momentos, começa a ficar maçante. No início, quando você está aprendendo uma técnica, o jogo te faz ter bastante trabalho até o momento em que você libera uma nova habilidade, que é apresentada num tipo de árvore de habilidades que você vai desbloqueando conforme vai ficando "melhor" em cada uma das tarefas. Melhor, entre aspas, porque, na realidade, você não fica melhor de fato. É apenas o jogo te dando uma ajudinha, já que ninguém se divertiria colocando quinhentos tijolos, um por um. Nesse caso, por exemplo, ao invés de colocar tijolo por tijolo, você começa a colocar vários tijolos ao mesmo tempo, apenas com um clique. Então, se o jogo te ajuda nisso, como ele fica maçante? Ele te ajuda aqui e ali, mas em outras atividades, não existe nada que possa te auxiliar a cumprir o objetivo de maneira menos chata. Por isso, mão na massa e muitos cliques no mouse.
Nos níveis em que a construção é no meio da floresta, me sentia como aqueles caras que fazem vídeo no YouTube, cavando um buraco no chão e transformando numa casa de dois andares com piscina. Eu ia até o rio pegar água, cortava bambu com um facão e andava no meio da floresta pegando galhos. Nos níveis urbanos, a coisa é um pouco mais fácil nesse sentido. Ao progredir no jogo, você vai ganhando dinheiro e pode usá-lo para comprar materiais e decorações. No caso dos materiais, na maioria dos níveis você vai ser obrigado a comprar algo que falta. Já as decorações são descartáveis, não se fazem necessárias pra completar as fases.
Pra quem já está acostumado com jogos de simulação nesse estilo já sabe o que esperar. O foco aqui é menos em gráficos e física e mais em completar os objetivos. Muitas vezes o jogo bugou de formas frustrantes. O próprio jogo tem uma opção de resetar sua posição atual, ou seja, isso já era esperado. Dependendo da fase, você leva de trinta minutos a uma hora para terminar sua construção.
CONQUISTAS
Todas as conquistas estão ligadas às habilidades que você desbloqueia conforme vai jogando. Não é necessário completar todas as fases para isso. Você consegue forçar o ganho dessas habilidades, fazendo uma mesma atividade até desbloquear a melhoria em questão. Então, caso queria o 100% rápido, abra a árvore de habilidades, procure os requisitos para evoluir e vá nas fases que tenham as ferramentas necessárias para conseguir essa evolução. Ou, se você não tiver pressa, apenas conclua todas as fases e naturalmente você vai conseguir a maioria delas.
CONCLUSÃO
É um jogo ótimo pra jogar enquanto ouve um podcast ou escuta uma música. Você se envolve com ele sem pretensão, constrói uma casinha aqui, para, vai fazer outra coisa, depois volta pra ele mais tarde e assim vai. Não espere nada mais do que isso. Pra quem curte engenharia, arquitetura e design de interiores, pode ser que atraia mais a atenção. Como eu citei, o jogo até tem uma parte de decoração das casas, mas eu passei longe. Não vi propósito pra decorar uma casa quando eu podia apenas construir outra.
Pode soar controverso, mas eu prezo pela coerência. Se você vai me dar trabalho, que seja do começo ao fim. Durante toda a jogatina, você flutua entre ser muito realista, tendo que cortar as tábuas do tamanho correto por exemplo, para algo totalmente surreal, como cortar uma árvore e ela gerar três troncos. E eu entendo o porquê disso, mas falta coerência.
House Builder tem muitos elementos que não precisavam estar ali. A árvore de habilidades, por exemplo, poderia ser aplicada de melhor forma. As compras de materiais são bem chatas. Eu gostaria que não tivesse esse recurso, mas como tem, os níveis deveriam ter a lista completa de todos os materiais que serão usados naquela obra. É muito frustrante parar a construção no meio porque faltaram quatro lajotas de piso e você vai ter que abrir o menu de compra, apertar o botão de comprar quatro vezes, porque ele também não te dá a opção de digitar quantidade, esperar a entrega chegar e ir até a rua pra pegar essa quantidade ínfima de material do caminhão de entrega. Com a lista em mão, você poderia fazer toda a organização dos seus materiais de trabalho e construir tudo na maior paz. E, pra fechar, temos um sistema de notas quando você termina o nível. Eu me perguntava a cada fase se tem como ganhar menos que cinco estrelas e como era possível fazer tal proeza pois as notas só aparecem ao finalizar a fase e esta, por sua vez, só é finalizada depois de seguir todas as instruções até completar a construção. Você deve estar pensando que eu estou implicando com detalhes bobos, mas esse tipo de coisa polui o jogo de tal forma que ele fica cheio de coisa que não precisava estar ali.
Enfim, House Builder tem seus altos e baixos, relaxei colocando tijolos nas paredes, mas passei raiva cortando árvores que sabem utilizar kage bunshin no jutsu e se transformam em três. Se o jogo for um pouco mais polido em questão de mecânicas, ele vai ficar muito mais divertido e prazeroso pra quem jogar.
Comentarios